sexta-feira, 24 de abril de 2015

Somos tão rock 'n' roll!

Somos tão rock n roll!
Longe dos holofotes energúmenos.
Perto dos bons!
Tão longe dos que nos sugam todos os dias
Distante dos cafonas que nos copiam
Usaram nossos símbolos e usurparam nossas bandeiras
Tornaram banal nossa ideologia
Saquearam nossa rebeldia
Os bregas vestem nossas antigas roupas
São ridículos e ganham louros imundos de mesmice
Papos Blasé!
Pseudoinformação que pune mais do que o severo final da Laranja Mecânica.
Doutrinas subservientes. Desconfiem do peixe que te oferecem!
Seus trajes da última moda putrefatos. Tão obvios quanto as vestes de presídios.
Sou limpo com minhas roupas básicas.
Longe do lixo vomitado por essa mídia fantoche.
Não tenho TV. O esgoto não entra no meu lar
Adeus" Willians" da TV. Fico com meu nome latino!
Vou amar a todos!
Enfiem vosso ódio pela guela abaixo ou se satisfaçam com ele dentro do próprio rabo!
Os povos se amam. Seus líderes semeiam discórdia. Amem! Limpem vossos corações!
O meu amor é forte e repele vosso medo e vossa opressão.
A vida é feita de ciclos e vossos mal feitos estão contabilizados!
Por que sou amado nos quatro cantos?
Tão querido pelos mais sábios ?
Plantando o amor e respeitando o próximo.
Singelo e sem amarras.
Subversivo para vocês?


terça-feira, 14 de abril de 2015

Enfim



Agora, estamos colhendo os efeitos mais nefastos de quase 50 anos de produção em massa de indivíduos que compõem uma sociedade interrompida, “cortada pela raiz”, destituída do seu poder de pensar, de “poder poder ser” (citando Cornelius Castoriadis), formada por pessoas que não possuem a propriedade de serem indeterminados, enquanto seres humanos que deveriam estar sempre em construção; pelo contrário, são cuidadosamente projetados e pensados para serem dessa forma, com o apoio da redução cada vez maior dos investimentos em sua formação (note-se o uso de formação, ao invés de Educação) e da criação de uma mídia a cada dia mais emburrecedora, acachapante e dissociativa do pensamento. 

Não há interesse político em que todos os cidadãos se formem adequadamente, no sentido filosófico da palavra. Não se forma seres pensantes no Brasil, apenas meros fazedores de provas, de concursos, ganhadores de diplomas e patentes, todos conscientes de seu papel (micro) na sociedade, mas sem conseguir visualizar nada de forma ampla, todos com antolhos, meras peças numa engrenagem, massa de manobra. Fordismo levado à risca, só que na alma. Súditos. Vassalos. Ovelhas que aquiescem com essa destituição do pensamento. O cerne da questão é a necessidade que o ser humano sente de instituir um poder limitador, castrador, repressor e, em última e principal instância, exterior a si próprio. Tal mecanismo o ajuda a lavar as mãos e poder dizer que “fez o que pode”, quando algo não deu certo e ao mesmo tempo, é um álibi perfeito para a própria inércia, isentando-o de culpa, ao mesmo tempo em que o domina.

Há algumas décadas atrás, de que adiantava a “Anistia” aos exilados políticos, que detinham a salvação (ou podiam tentar resgatar o pensamento - ou a vontade de estabelecer um debate político engajado, pelo menos) dos que aqui ficaram e se comportaram “nos conformes” da ditadura, quando esses não pensavam mais, já estavam alienados e anestesiados, querendo unicamente comemorar o fim (gradual, ainda não efetivo) da ditadura? 
O povo já tinha se acostumado com a celeuma em torno do futebol (afinal, éramos o único país a ser Tricampeão do mundo!), do carnaval e do assistencialismo de vários governos. O famoso “pão e circo”, bem como os “ópios do povo” já haviam aqui chegado, se instalado e grassam por aí até hoje. O brasileiro não funciona se não tiver um capataz. Ele tem que obedecer a alguém, e se não for à polícia, ao menos ao padre - algoz e ópio, ao mesmo tempo. Um bicho. Somos um emaranhado de minúsculas ovelhinhas, portadoras de uma Síndrome de Estocolmo galopante e retroalimentada. O “Sistema de vigilância” (Igreja – Governo – Sociedade – Lei) nos sequestra e violenta diariamente, faz parte do nosso ser, foi incorporado ao nosso pensamento e nós o amamos, não sabemos como viver sem ele. Fundamentados no ilusionismo provocado pela nossa exposição e inserção nessa estrutura, materializamo-lo como sendo um sinal de amadurecimento. A mitigação do princípio de prazer (Freud) – que, em tese, se traduz pelo afastamento sistemático da “criança interior” e de tudo que já nos deu prazer um dia, porção esta da personalidade inerente a todos nós – é ressignificada como amadurecimento.
Mas eis que a estratégia se requintou, ao longo desses anos. Decretou-se a “Liberdade de Expressão” (que aqui, foi subvertida por “Libertinagem de Expressão”), responsável pela alienação dos jovens ao longo dos anos, materializada e sistematicamente impingida à população através de fenômenos (?) como a “Jovem Guarda” (diacronicamente falando) e se refinando através das décadas, com vários outros estilos musicais (afinal, desde quando falar de amor e sexo edificou a consciência política, ou mesmo o pensamento de alguém? – por aí, pode-se ver que estilos são esses).
E esse mesmo povo, constatando a ausência do “capataz”, do “chefe”, que manda mas provê - no caso do Brasil, não provê -, recorre aos ópios – futebol e religião. Por enquanto, a concentração de ex-jogadores de futebol ainda é pouca (a maioria deles ainda não se tocou de que a política pode ser um bom passatempo, na aposentadoria – também, com o dinheiro que já ganham só por mexer com os pés, se ainda pensassem, seriam os donos do mundo, e extinguiriam o resto da raça humana!!). 
Quanto aos sacerdotes, os que melhor souberem aproveitar a “culpa cristã internalizada” e a falta de formação (cerebral, mental, identitária) do brasileiro vão abocanhar uma fatia cada vez maior das pessoas – a velocidade de crescimento de certas religiões é absolutamente espantosa, sempre em torno de fatores como: a existência de regiões de mais baixa renda, onde a vida é mais difícil; a possibilidade de isenção de imposto de renda para doações, no caso dos mais abastados; e ainda no caso destes, como possibilidade de investimento e retorno financeiro, ao se tornarem sacerdotes - , que precisam, necessitam de um “padre”, de um limitador, de um teto para o seu pensar.
Aliados a isso, há ainda outros fatores, como por exemplo: a inconfiabilidade da tradição oral associada à sua história e, consequentemente, o fato de os registros escritos utilizados para a Bíblia serem facilmente distorcíveis, a manutenção do status quo, a conservação do poder nas mãos dos mais ricos, as dificuldades da tradução, bem como o método utilizado pelos tradutores. E então... Hoje em dia encontra-se a Bíblia como um dos primeiros e o mais importante romance (na medida em que constitui uma obra de ficção, contando histórias da vida de Jesus e seus contemporâneos) da história da Humanidade.
O problema real é transformar o “padre” (querendo dizer com isso, o sacerdote, não importando de qual religião ele seja) e o “capataz”, numa única figura humana. Ele seria o próprio Deus, só que com os atributos, erros de julgamento, ideias pré-concebidas, capacidade de discriminação e atribuição de rótulos de qualquer ser humano. Isso só ficou bom, interessante, nas lendas da mitologia grega. Mas vivemos na realidade e, definitivamente, EU PENSO! Acredito que, além de a mim, isso deva indignar a uma parcela bem significativa da população. O Absolutismo e o Direito Divino foram ultrapassados há tempo demais pra retornarmos à Idade Média, não dá pra jogarmos 800, 900 anos da História Humana fora. 
É preciso que procedamos à reavaliação de toda a nossa história, perscrutando os nossos próprios discursos e diferenciando-os dos discursos que repetimos, como nossos, mas por trás dos quais há outros discursos, em tudo o que nos diz respeito, e onde foram desenhados esses limites. Tá mais do que na hora do Brasileiro tirar esse monte de cortinas da cara, desligar a morfina, e adotar uma postura diferente na vida, de adulto, deletar o capataz, o padre e todas as alegorias de que ele se utiliza para transferir pros outros a culpa pelo que lhe acontece na vida, enfrentando quem ele é, os próprios erros, as próprias culpas, e pra isso, fazer uso de uma capacidade da qual ele ainda não se tocou que tem: PENSAR, PURA E SIMPLESMENTE.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Nem Indie Nem Pop Vol.. 2


Nem indie, nem pop
Eu não quero mais saber
Perguntas que eu não quero ouvir
E nunca mais vou responder
Nem indie, nem pop
Eu não quero mais...mais saber

Andar por esse mundo com o meu violão
E nunca mais me entorpecer
Promessas que eu sempre fiz
E que depois vou esquecer
Nem indie, nem pop
Eu não quero mais...mais saber

Nem indie, nem pop
Eu quero mais! Mais! Mais! Mais! Mais!

Botar os vinis da minha estante
Pra correr
Quem sabe um dia vocês voltem
A fazer por merecer

Nem indie, nem pop
Eu não quero mais...mais saber

Andar nesse mundo com o meu violão
E nunca mais me entorpecer
Traçar meus próprios passos pelo chão
E nunca mais seguir você

Nem indie, nem pop
Eu não quero mais...mais saber

Nem indie, nem pop
Eu quero mais! Mais! Mais! Mais! Mais!