segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Saudades e Sonhos

Saudades de você, saudade dos seus abraços que ainda não tive
Saudades dos beijos que não provei
Saudades do cheiro que não senti
Acho que já nasci com saudades suas
Esperei você nascer

Sonho em poder fazer você ninar em meus braços
De poder te acariciar e juntar o seu rosto junto ao meu
De poder viajar em seus olhos, te admirando, te descobrindo
Sonho em poder te amar

Sonho em poder compartilhar todas as músicas contigo
Sonho em conhecer seus gostos, suas preferências, seu jeito
De andar de mãos dadas com você por todos os lugares
De poder acordar ao seu lado e poder te desejar um bom dia
De poder te reencontrar ao final do dia e saber como ele foi

Sonho escrever poesias para você
De poder te mimar e te conquistar
Sempre um pouquinho a cada dia, a cada vez
Poder te amar e te fazer completa e poder realizar seus desejos
Sonho em fazer você feliz

Sonho em compartilhar e realizar os seus e os meus sonhos
De viver tudo o que desejamos
De estar contigo nos dias bons e nos dias difíceis
De dar gargalhadas ao seu lado e depois te abraçar
De nos entendermos apenas com uma troca de olhar
Para depois misturamos um ao outro
Sonho em um dia poder chamar de nossos esses sonhos.

Sonho que a força dessa energia quântica que nos liga desde sempre faça-nos presentes
Que possamos criar nosso mundo
Para que enfim possamos evoluir
Para fluirmos a energia desse amor pela logos e pela sephiroth
E que nossas almas sejam companheiras para todo o sempre.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Ciência do Poeta Ser e Fazer Ser

Ser ou Ser? Os poemas de Fernando Pessoa brincam, sobremaneira, com as noções do que é a vida, do que é o Ser, o Existir, utilizando como parâmetro a mente do poeta, que é incapaz de realizar tais coisas sem o Imaginar.

Parafraseando Schopenhauer, pode-se dizer que os ficcionistas veem a apresentação (Darstellung) do mundo como vontade e traduzem a representação (Vorstellung) desse mundo como querem (ou precisam). Afinal, o mundo deixa de ser a massa disforme que é, com seres andando sobre ela e se torna o Mundo através do historiador e de sua habilidade de “personalizar”, que se consubstancia, grosso modo, no poder de “romancear” a realidade, de não documentar e sim, “criar” uma história, baseado nos fatos do passado – apesar desses fatos terem sido igualmente relatados, “contados”. Contudo, ele nunca os presenciou.

De tal sorte, age também o Poeta, sem precisar viver o que escreve. Ele simplesmente escreve porque seu Imaginar assim o impele, e também por falta de qualquer outra saída que não seja escrever. Diariamente, ele precisa dar adeus ao que não foi por ele dito, ao menos para dormir. Afinal, a capacidade de imaginar é o que nos difere dos outros animais (O Livro do Desassossego, fragmento 27).

Só cria expectativas quem imagina. E, ainda, só viaja mais do que os próprios pés quem imagina (A Passagem Das Horas). E é exatamente por imaginar que o poeta afirma não saber o que será de si próprio, após ter viajado, experimentado, percorrido, sentido tudo o que experimentou. Do mesmo modo, é por imaginar que o poeta não vislumbra na Amada o devido valor, mas sim n(A Outra), criada por ele próprio em suas expectativas (Ninguém A Outro Ama, Senão Que Ama).

E o fingir do poeta (Autopsicografia) se dá pelo fato da realidade ser ou inapreensível ou desinteressante, fugaz demais (daí a necessidade de aliá-la à arte e transformá-la em algo “poético” ou “relatável”). É o sentir com a imaginação e não com o coração (Isto, O Marinheiro). Não é fingimento, é criação.

O dizer (para isso imaginando) é, ainda, desmistificar (O Guardador de Rebanhos – VIII) ainda que criando, involuntariamente (ou não - XXX), o mistério (o poeta acredita que 1) o “Menino Jesus” está dentro dele, como o Evangelho de Tomé – considerado como herético pela Igreja –, que pregava que “O Reino de Deus está dentro de cada um de nós”, ou; 2) o “Menino Jesus” é sua própria criança interior, de quem ele se recusa a se afastar, ou;  3) o “Menino Jesus” é visto por ele, sempre ao seu lado, e ele seria uma espécie de médium?).

Dadas as três possibilidades, cria-se o impasse e, por último, a negação desse impasse (O Guardador de Rebanhos – XIII e XXX), sem se preocupar com a essência das coisas, apenas imaginando-as a seu bel-prazer, ou atribuindo a mesma reverência ao Cristianismo que às outras religiões (Em Ti Como Nos Outros Creio).

Imaginar é também libertar-se, pois a mente não é física; o poeta sente-se congenial com (Walt Whitman) e o saúda, e com ele confraterniza, nele se reconhece, como se fora acometido de Sentir todo o Universo, observável ou não, a um só tempo – manifestando-se ora como o próprio Deus criador, ora como o poeta -, tudo isso partindo de dentro (...de um monóculo e um casaco exageradamente cintado...).

Ocasionalmente o Escrever liberta ainda dualidades não previamente conscientes, em que se encontram, concomitantes, a vontade e a representação - retornando a Schopenhauer -, como (Na Floresta do Alheamento), em que o poeta dá acordo de si enquanto Ser, e também enquanto Criação (mesma situação em Nada Fica de Nada - ... somos contos contando contos...), ou n(A Hora Absurda), onde o autor afirma estranhar a própria alma.

Em “O Marinheiro”, as três donzelas imaginam para fugir de uma vida sem atrativos, de um passado inócuo e, ao mesmo tempo, sufocante, fugir da loucura, do tédio, da claustrofobia do velório em que se encontram.

Em outros casos, a Vida é bem diferente. Vive-se num turbilhão de dramas, emoções, paixões e usa-se a imaginação para fugir dessa torrente, quando se (Vem sentar-te comigo à beira do rio, Lídia) e se olha o Rio da Vida passar, ou simplesmente se desliga do mundo para um (Jogo de Xadrez).

Pode-se também fugir da Vida (ou se imaginar como Ela seria sem as paixões, os desassossegos, numa fuga hipotética, através da Imaginação), entregando os pontos e assumindo que um dia retornaremos ao Nada original, adotando uma postura contemplativa, indiferente (e ao mesmo tempo grata - Não Sei Se É Amor que Tens, ou Amor que Finges), solitária (Estás Só), previdente e desalentada sobre a vida (Breve o Dia; Nada Fica de Nada; Tão Cedo Passa Tudo quanto Passa; Gozo Sonhado é Gozo, ainda que em Sonho).

O imaginar, na perspectiva do poeta, também desconstrói conceitos, auto-conceitos, faz aflorar os questionamentos filosóficos (Segue o Teu Destino), afinal, (...os deuses são deuses porque não se pensam).

É interessante notar o caráter terapêutico do Imaginar na mente do poeta, como o mesmo consegue se alhear do Fado, do Tumulto do Mundo e, quanto refrigério ele encontra em saber-se dessa forma (Lidia, somos Estrangeiros; Segue o Teu Destino; Gozo Sonhado é Gozo, ainda que em Sonho); por outro lado, porém não menos terapêutico, vemos que o poeta adota a postura de não se questionar (Segue o Teu Destino), até porque esse questionamento teria base em que parâmetros? Nos de um Mundo do qual ele percebe que a melhor saída é se evadir? Nem faria sentido.

A vida é, para nós, como se imagina, com a importância que damos aos fatos que nela ocorrem, esquecendo do que realmente não nos importa, e isso é o que nos difere dos outros seres que coabitam nesse planeta: a memória, a categorização em níveis de importância para a construção do que chamamos de recordação e, para isso, (...O romancista somos todos nós...), ao construir a nossa própria história, nos (...sentando à beira do Rio...) que definiu a nossa vida e vendo de que forma (...seguimos nosso Destino...).

Citações: PESSOA, Fernando e seus heterônimos.

Texto de Cláudio Coutinho da Silva (participação especial)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A diferença entre "não amar" e "não querer amar"

Linda,
Você me ama e me deseja
Também me admira e me quer ao teu lado
Mas decretou arbitrariamente nos afastar
Aprisionou a escolha mais sagrada do teu ser
Acorrentou teus sonhos e a vontade da tua alma
Esfacelou tuas emoções!
E me pergunto se o teu coração suporta ser arrancado à força do peito?
Por que fizestes isso? Esta é a origem de tudo! A mãe das perguntas!


Sinto tua dor
Sinto tua falta
Sinto teu desespero
Sinto pela tua decisão
Sinto por ti e por nós


Não há como percorrer dois caminhos ao mesmo tempo nessa vida
Mas há os bons caminhos e os perfeitos ofertados pelos deuses superiores
Que conspiraram para nosso encontro nessa vida

Linda,
Não há como usurpar teus verdadeiros sentimentos
Quando olhas para mim os teus olhos brilham
E estes lutam com as tuas palavras e imploram pelo meu amor
A escolha é tua e a tristeza é nossa.
Fiz o que podia e iria até meu último sopro de vida para te acolher se assim quisesses
Teu companheiro e teu amor
Poder ler para ti todos meus poemas e ver o teu leve sorriso 
Seria o mais feliz ao seu lado
Mas sem teu querer não posso
Estou ainda aqui seguindo sem você e triste
A cada dia um passo mais longe
Se me procuras responderei com amor, mas irei cada vez mais ao chão
Não sei até quando suporto não poder te encantar
Nem carregar a espera pelo teu beijo
Nossas lembranças estão esparramadas por todos os cantos
Tão bom, tão lindo e cada vez mais doloroso
Talvez se eu fosse embora para bem longe
E me despisse dos meus bens e da minha vida
Algum lugar que não me alcances
Mas como fugir se nossas almas estão juntas no infinito?

Então permita-se aos teus sentimentos e me tenhas de uma vez por todas!
Sou apenas um homem bom que te quer bem e te ama muito
Vamos nos entregar livres de culpas ou ressentimentos
Prometo nunca te magoar!
Mas, se ainda sim for tua vontade e não me quiseres, então me esqueças!
Então deixe-me, pois já não basto!
Apagues minha existência da tua vida!
Tome a decisão por completo! Sem arestas!
Liberte-me e acabe logo com isso!
Não atue mais como essa personagem cruel sem sentimentos que me afronta
Esse jogo injusto já cansou

Conheci você!
És doce, meiga e adorável
A que adormeceu no meu colo
Por quem me apaixonei
A do amor ingênuo e completo
A que valia a pena e seria a mais feliz
A verdadeira que guardei em meu coração



domingo, 1 de fevereiro de 2015

O nosso amor irá nos salvar!



O violão e dois bobos apaixonados cantando
Tantas músicas que ainda temos para escutar
Os filmes que vimos e os muitos que deveríamos ver
Gostamos quase de todas as mesmas coisas
E em outras nos complementamos

Nossos cantinhos preferidos de almoço e jantar
Os olhos brilhando que todos admiravam
Seu toque no meu lar
Sua presença nas minhas coisas
Seu espírito junto a minha alma
A minha casa passou a ser sua
E sei que a sua passou a ser minha
Tudo embaralhado, tudo nosso

Foi quando você recuou
E se escondeu nos refúgios e nas desculpas da rotina
E negou o destino inevitável das nossas escolhas
E então me vi só!
Não havia mais seu espírito, sua opinião, seu sorriso
Seu jeito de mandar e de criticar
Sua presunção e a nossa urgência
Seu bom dia e seu boa noite.
Seu jeito proposital de se fazer entediada e arrogante
Sua mão junto a minha
Seus medos, suas dúvidas e seus anseios
Sua sabedoria e sua necessidade de conhecimento
Seus palavrões bem colocados e suas reclamações
Sua doce voz e seus lindos olhos 
E tantas coisas que tão intensamente amei

Você tomou a alma do meu mundo e foi embora
E me propôs ser nada
Encantou-me e depois me atravessou
O que fez das nossas coisas?
O que fez do amor?
Ele está trancado numa caixa a sete chaves?
Como podes ficar sem ele?

Você também sentiu isso? Ou só eu senti?
Como posso te dizer o que perdemos?
O que eu poderia fazer se você não me deu esperanças
O que eu poderia fazer se você disse não querer mais?
Fiquei sem chances de argumentar
Como posso te pedir de joelhos a sua mão se me deixou no chão?
Estamos aqui e a única coisa que nos salva é o nosso amor
Por que não ouve o seu coração de uma vez por todas?
Até ele está ao lado da razão!
                                                                               
Queria poder estar ao seu lado em todos os shows
Conversarmos, discutirmos sobre todas as coisas
Loucos por conhecimento e ávidos pela vida
Adorava te ouvir... Adorávamos compartilhar
Temos tanto a fazer um pelo outro!
Acredite, pois amava tudo sem ressalvas
Sempre fui mais que te teu amigo
Sem modéstia, os melhores namorados, parceiros, companheiros e amantes
Lembra-se de como nossa felicidade sempre chamou a atenção?

Lembra quando passei mal naquele dia? Você me acolheu
Brincou, amou, cuidou
E depois cobrou e não perdoou.
Passou a não esperar o melhor de mim
E a se ofender com coisas banais e a me deixar sem jeito
Coisas simples que uma gota de amor sempre resolveria
Tal como resolvemos ficar juntos naquele dia no carro naquele canto escuro
Quando avaliamos o risco de outros saberem da nossa paixão
Vencemos tantas dificuldades para termos mais tempos juntos...
Sabes disso! Se não sabes deveria saber!
Passou a massacrar as coisas que amava em mim
Precisava apenas da sua ajuda e do seu carinho
E não das histórias pela metade!
Nem mesmo da sua falta ou de qualquer outra justificativa boba e descabida
Não quero ter razão... quero apenas o seu amor!


Por que não nos assumiu? Seria teu até na sarjeta!
Mas esperar o que da vida além do que tínhamos e poderíamos construir?
Seria pouco ter uma vida maravilhosa e perfeita juntos?
Não foi rápido porque somos intensos. Reparou nisso?
Vivemos uma vida em alguns meses
Aprendeu algo? Viu que poderias demonstrar mais afeto?
Poderia entender mais? Poderia esperar o melhor!
Em momentos ruins deve-se abraçar o outro e dizer que tudo estará bem
Não sabes como dói não poder fazer isso por ti nesses dias!
Só precisava do seu olhar, do seu beijo e das três palavras mágicas!
Limpa esse coração e vamos nos abraçar!
Fale o que realmente sentes e vamos viver felizes!
Podemos conversar e nos entender!
Já nascemos perdoados! Vamos em frente!
Vamos resolver os problemas, relaxar e ter uma vida normal
Cultivar o amor, o respeito e aprendermos com os erros
Precisamos um do outro desde quando nascemos
Por que perder nosso mundo?
Do que irá valer isso?
Os dias derretem e a nossa felicidade escorre pelo ralo
Cada segundo sem seu amor são anos de sofrimento e dor
Como viver separados depois de estarmos juntos e sabermos que somos
Pessoas iguais que se completam?
 
Somos almas gêmeas que se reencontraram nesse mundo!